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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

E os maias, hein? Dizem que eles disseram, mas não é nada disso!

Hoje é dia 2 de novembro de 2011. Faltam, exatamente, 59 dias para o fim do ano. Depois? Chega 2012, ano que os catastrofistas elegeram para (mais um) fim do mundo. Talvez eles estejam esperando, com a desequilibrada sanha dos sadomasoquistas, a chegada do dia 22 de dezembro de 2012, quando se completa um ciclo do calendário maia e, então, acaba-se a vida humana no planeta azul.
Todavia, notícia publicada pela agência EFE com o título Fim do mundo previsto pelos maias é um erro de interpretação (crédito para Elisa Barragán Méndez) frustra as catastróficas esperanças da turma. O prognóstico maia do fim do mundo foi um erro histórico de interpretação, segundo revela o conteúdo da exposição "A Sociedade e o Tempo Maia" inaugurada recentemente no Museu do Ouro de Bogotá.
Segundo o arqueólogo Orlando Casares, do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) e um dos curadores da mostra, "para os maias não existia a concepção do fim do mundo, por sua visão cíclica." A era, explica Casares, “conta com 5.125 dias, quando esta acaba, começa outra nova, o que não significa que irão acontecer catástrofes; só os fatos cotidianos, que podem ser bons ou maus, voltam a se repetir".
A exposição no Museu do Ouro explica o curioso e elaborado sistema de medição do tempo do povo maia.
"Um ano dos maias se dividia em duas partes: um calendário chamado Haab, que tratava das atividades cotidianas, agricultura, práticas cerimoniais e domésticas, de 365 dias; e outro menor, o Tzolkin, de 260 dias, que regia a vida ritualística", acrescenta Casares. A observação de ambos os calendários permitia que os cidadãos se organizassem. Desta forma, por exemplo, o agricultor podia semear, mas sabia que tinha que preparar outras festividades de suas deidades, ou seja, "não podiam separar o religioso do cotidiano". Ambos os calendários formavam a Roda Calendárica, cujo ciclo era de 52 anos, ou seja, o tempo que os dois demoravam a coincidir no mesmo dia. Para calcular períodos maiores utilizavam a Conta Longa, dividida em várias unidades de tempo, das quais a mais importante é o baktun (período de 144 mil dias). Na maioria das cidades, 13 baktunes constituíam uma era e, segundo os cálculos, em 22 de dezembro de 2012 termina a presente.
Isso significa que toda barulheira feita em torno do fim do mundo (e teve quem misturasse os maias com Nostradamus) não passa de coisa de quem não tem nada melhor para fazer. Não há quaisquer evidências, arqueológicas ou não, que deem suporte ao propalado fim do mundo.
Mas é bem provável que haja, ainda, quem acredite em semelhante bobagem e até já deixou de lado a esperança de acompanhar a seleção brasileira na Copa de 2014 (dois anos após o fim do mundo).
Aos catastrofistas de plantão, seguramente frustrados com a notícia da EFE, que tal alguns cálculos astronômicos para determinar com precisão uma nova superconjunção astral que, juntamente com um gigantesco buraco negro, arrastará o planeta Terra literalmente para o buraco em algum momento do século XXIII. Que tal na primavera do ano 4356? Quem viver, verá.

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